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Druidas da Lusitania

     Num final de Domingo de 2022, a dois dias de mais um solstício, uma jovem nutricionista especializada em naturopatia e professora de biologia foi elevada a druida na Assembleia da Tradição Druídica Lusitana.

     Das estelas celtas do sudoeste alentejano e algarvio (placas de rocha com escritos celtas gravados) até à última recente druida da tradição lusitana passaram e correram milhares de anos de esquecimentos e de equívocos.

     Estudos de genética, linguistica, arqueologia iniciados no virar do milénio demonstram actualmente com maior evidência que a migração dos celtas não veio do norte.

     Partiu do sul peninsular para os norte’s.

     Os académicos Sir Barry W. Cunliffe, arqueólogo,  da Universidade de Oxford e John T. Koch, linguista, da Universidade de Gales no seu livro “Celtic from the West” expõe a fundamentação da nova perspectiva histórica.

     As invasões romanas encontraram na Lusitânia uma resistência que, apesar da unidade gregária das várias tribos, acabaria por sucumbir e aculturar os invadidos e a tradição Druida.

     O tempo resistiu a séculos nas crenças dos locais, em sítios, águas terras e espíritos dando origem a muitas das tradições e crenças populares com mais autenticidade nuns casos e quase burlesco noutros.

     A Assembleia da Tradição Druídica Lusitana nasceu em 2011, depois do seu arqui-druida Adgnatios, doutorado em filosofia ter sido elevado recebendo todas as Linhagens da Tradição Primordial da plataforma internacional Celtic Druid Alliance, reguladora das linhagens regulares.

     No final da tarde de domingo num campo no Alentejo em Monsaraz, sob uma brisa morna e diante de um cromlech contemporâneo, Nemeton, erigido com o propósito justo ao lado de um pequeno “templo” realizaram-se as cerimónias rituais de elevação da druida e da celebração do solstício de verão, fim do período lunar e chegada do novo solar com toda a espiritualidade ligada à natureza e às suas energias.

     Em circulo, entre iguais, escutam-se e repetem-se as orações, fazem-se os chamamentos à natureza e escuta-se os seus sons de aves, de folhas, de vento e de arpas, flautas, búzios e gaitas, terminando com um pequeno fogo no centro da assembleia, de vates, bardos, druidas e praticantes.

     Sob o símbolo de uma bolota, fruto e semente dos quercos, dá-se espaço, tempo e respiração à sacralidade da natureza que não precisa de egocentrismos humanos mas, antes da responsabilidade e sustentabilidade colectiva e civlizacional.

 

Inté…